sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Para o nosso, bem


Imagem: Richard Lam


É de amor, de corações e falas bonitas
De gestos rudes, grossos, espasmo, relapsos
É de verdade.
Não é de corações escritos na testa,
Não é de comentários e textos e frases e súplicas
É de verdade.
É de um lado pro outro, que mesmo diante
Da graça, na falta da reciprocidade,
Se faz luz, se faz carinho e fé.
É de verdade.
É de correr, cuidar, se preocupar
É de ser prioridade
É de verdade.
É de loucuras e filmes, abraços e crises
De tapas e beijos,
De passado, de afago, de amasso
É de pura verdade
Não sei se quero verdades,
Talvez sonhos irreais sejam mais bonitos,
Mas a tua verdade é tão linda,
mesmo manchada de lama
Da lama da minha insegurança.
É de verdade.

Eu falo de vocês.




É engraçado do lado de Cá
Quando a vez é sua, só posso calar
O riso disfarça a farsa, de quem tenta enganar
Engana, me engano, por enquanto
O erro é tentar abraçar o mundo com as pernas
Dispersa
Muda, desnuda o assunto
Um dia chega a vez
De um de nos mudar o meu mundo
Assim você me perde e eu perco você

Desgosto Metades



O que querem de mim?
O que esperam de mim?
Por que esse mesmo receio?
Por que me sinto alheio?

Esse ser sou eu? Por onde sou?
Meu dilema beira a loucura
minha loucura beira o caos
Receio do erro. É demais querer tudo que quero?
Mas quem disse que eu não quero?

Essa espera de desesperança, entre o querer e consumir-se
entre o devaneio da certeza e a incerteza da verdade,
onde meu eu se perdeu no turbilhão de espasmos
me atira em caótica derrota

Que gosto tem o certo antes de provar o errado?
Se gosto do gosto. Se querem assim, desgosto.
E mais uma vez essa dissensão faz com me perca,
olhar pirueta, sugando de tudo que um dia o coração almeja

A tudo e a todos em cada segundo, por batida e olhar fixado,
mas encarcerado em meus receios, sorvo apenas aquilo que se reflete
em angústias vãs, minha pele rasga, tentando ao menos tocar
o fio inebriante ao descanso na janela da alma

e me afogo em nova derrocada

e me afogo em metades,
em raspas,
em restos,
em partes.
Desgosto metades.
 
(Poesia feita em parceria com André Café)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Quero sim


Assisto atenta aos teus movimentos de mestre
Me vejo perdido, olhar pirueta
sugando de tudo que o coração almeja
É forte, é dono, seguro de si
Seguro de mim
Me acolhe
Me segura pra ti
Te quero pra mim
Me pede que feche os olhos,
que dance contigo no pensamento
Me perco no ritmo
Faz de mim a música que embala o movimento
Faz de si o sopro que resfria e cheira a menta

Enlace


Abraça
Me laça
Me passa do lado
pro louco
desvio, me perco
me encontro
me acho, te agarro
te sugo o encanto
é tudo, é nada
é emboscada

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Pedido ao vento

Vento, vento frio,
congela minha alma
e paralisa essa felicidade que habita meu coração
Abraça o compasso do desatino, acolhe, esquenta
Não é ser heroína do destino
Se já não gostava de palavras duras,
Depois de me acostumar com outras tão doces
Agora mesmo é que não as desejo com nenhuma força
O rumo certo, não é mágica.