Outra noite sonhei com você, era tudo tão real. Você me abraçava e dizia que tinha estado viajando. Ah como seria bom se isso fosse verdade, por um instante eu realmente pensei que fosse. Quis ligar, avisar a todos que você ainda estava aqui. Que essa sua ausência não passava de um delírio meu, de um sonho ruim. E eu te disse o que nunca tive coragem de dizer de verdade, que eu te amava. E que sim, eu sentia muito tua falta. Foi como se eu conseguisse sentir teu cheiro de novo, o calor do teu corpo me abraçando. Eu não tive oportunidade de te fazer se orgulhar de mim, mas sei que onde quer que esteja você verá o que ainda farei por nós. É tão estranho pensar em tudo sem você. Nos almoços sem seus comentários, nas conversas a mesa, em não precisar fazer silencio depois do almoço porque você não está mais descansando. Em não precisar mais te chamar na hora do jantar. Penso, já faz algum tempo, mas parece que foi ontem que senti aquela dor tão forte, talvez a maior que já senti na vida. Não, não era o que eu queria. O que eu queria mesmo era te ter aqui comigo, seja brigando, contando suas piadas já ultrapassadas, falando da família e dos erros dela, o que eu queria era não ter te perdido.
Talvez seja pretensão minha pensar que você me amava tanto, ás vezes acho que não, mas a certeza é que você me ensinou muito e que sua sabedoria de homem do campo, de lutador, eu te admirei muito. O sofrimento da ausência pode ser amenizado, mas a saudade e o amor não pai. Você sempre vai ser presente na minha vida.
Por você, pai.
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